quarta-feira, 21 de abril de 2010

O efeito "Gomide" na pesquisa de Anápolis

Iris Rezende Machado, se um produto ou uma marca comercial fosse,seria o que na publicidade e na administração os acadêmicos e pesquisadores chamam de “case”. O tal “case”, um simples charme do que traduzimos intuitivamente como um “caso” é nada mais que um exemplo e um modelo curioso a ser analisado com cuidado, verificando todas as situações em que aquele fato se deu e como foram os seus desdobramentos. Um exemplo rápido de ‘case’ na publicidade: a recuperação editorial, financeira e de imagem do jornal carioca O Dia.
Quando normalmente uma empresa mata uma marca para fazer o nascimento de outra, limpa, nova e com a roupagem que se deseja dar, o diário O Dia conseguiu fazer tudo isto mantendo a sua marca, sem troca de cara. Um ‘case’ clássico estudado em vários níveis por pesquisadores de diversas áreas, da economia à comunicação.
Pois Iris Rezende, como político, se reinventou. Ele é como O Dia. Está longe, hoje, de ser o político considerado ultrapassado, desgastado e com uma imagem presa a outras eras da política de Goiás ou do Brasil. Do contrário, é atual e possui traços de modernidade em sua mais recente gestão, à frente de Goiânia.
Mas mesmo assim, há quem se recorde de Iris Rezende há, 30, 40 anos. E por isto guarda a imagem dele como um político carregado de histórias, de decisões naturais que o levaram a desagradar determinados grupos ou até mesmo alguns municípios. Em Anápolis, o retrato dos quadros PMDB estadual sempre estão marcados por estas ações do tempo. Trazem manchas amareladas de governos que, na opinião de muitos anapolinos, deu as costas para a cidade, ou não a atendeu conforme a sua importância política.
Hoje, analisando este momento pretérito da política, é mais fácil compreender que as disputas internas e de nomes antagônicos no cenário é que tiveram como efeito colateral esta mitigância de Anápolis a segundo plano. Mas, no calor dos acontecimentos é impossível analisar a história. Mesmo assim, ainda nos dias atuais, há quem sinta o quente daquelas disputas e rechace o nome de Iris Rezende por conta do seu passado e não do seu presente que nem chega a ser analisado. Coisas de paixão, como é a política.

Empate
No entanto, neste cenário municipal – olhando especificamente Anápolis – percebe-se uma mudança na visão que o anapolino tem do peemedebista. De 2002, 2006 para cá, os nomes do PMDB, como Maguito e Iris foram testados e todas as vezes a cidade descartou confiança a ambos em nome do que já houve nesta relação em outros carnavais. Agora, a situação dá claros sinais de mudança. Parece que algo pde ter mudado. E de fato aconteceu. Mas se Iris é o mesmo de sempre, já que não se fizeram adulterações significativas na matéria, o que aconteceu?
E então entra um efeito notável na política e que em Anápolis está cada vez mais claro: a transferência de credibilidade. A pesquisa Fortioti/Jornal Estado revelou na última semana não somente o grande momento pelo qual a gestão de Antônio Gomide atravessa, com quase 80% de aprovação, e o prestígio absoluto de Rubens Otoni – lembrado por mais de 68% dos eleitores para uma vaga no Senado, mas também reportou a dados eleitorais interessantes. O que mais chama atenção é que o antes preterido Iris Rezende agora cola no (também) antes queridinho da cidade, Marconi Perillo.
Se existe uma diferença bem pequena na aferição estimulada, na pesquisa espontânea – aquela que o cidadão abordado cita um nome que lhe vem à mente – registra-se um empate técnico. Marconi Perillo tem 19%, enquanto Anápolis dá a Iris Rezende 18,3% das intenções de voto.
Se Iris não mudou, mudaram as companhias. Se não foi possível reinventar um mesmo político, como fez O Dia, a mudança vem a partir da credibilidade que existe nas figuras de Rubens Otoni e de Antônio Gomide que tem feito uma administração irrepreensível, tendo 3,5% de desaprovação, valor este inferior à margem de erro que é de 4,9%. A simples aproximação de Iris Rezende a imagem destes nomes e a união destas forças ao discurso de que representam de fato a base política do presidente Lula em Goiás gerou um grande ‘case’ político, renovando e reoxigenando o conceito político que a cidade de Anápolis tem a respeito de Iris Rezende. Bem cotado, Lula tem 83,7% de aprovação na cidade.

Prestígio

Se a esperança tinha o desafio de vencer o medo, em Anápolis ela, a esperança, dá mostras de estar soberana, fazendo os anapolinos entenderem a importância do momento político de se referendar um candidato que representa o Governo Lula e o Governo Municipal de Antônio Roberto Gomide.

A campanha oficialmente ainda não começou. E e estes nomes citados, Lula, Gomide e Otoni, sequer foram às ruas da cidade e do Estado para pedir votos e explicar pessoalmente o projeto que existe para Goiás. Portanto, o acumulo de prestígio há anos não verificado de Iris em Anápolis é fruto tão-somente do aquecimento eleitoral pela proximidade com estes quadros. É de se imaginar o que poderá ocorrer quando, em campanha, Antônio Gomide colocar-se nas ruas ao lado da sua aprovação maciça para – fazendo de sua credibilidade – pedir que também creiam no projeto de Lula a ser seguido e implantado de vez em Goiás, através de Iris Rezende.

É sabido que em política a lógica é apenas uma variável remota de algo que pode acontecer. Portanto, desencadeamentos matemáticos e previsíveis têm o mesmo risco de procederem ou não de uma improbabilidade. Delírio e certeza se misturam com o mesmo peso. Mas, neste momento, uma afirmação categórica e precisa é permitida na análise dos fatos: o prestígio do PT de Rubens Otoni e de Antônio Gomide – e sua administração de resultados – já começa a dar sinais de que o período de colheita está próximo. E a safra pode ser das melhores.

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